A INVEJA E O EGO: Uma jornada entre a comparação e a identidade, entenda através da Psicanálise.
A inveja é uma emoção complexa que, na psicanálise, reflete a incapacidade do ego de aceitar seus próprios limites e a necessidade de projetar seus desejos não realizados nos outros. O conceito de inveja está intimamente relacionado à comparação, um mecanismo psicológico que se alimenta da proximidade do objeto invejado. Mas por que sentimos inveja, sobretudo, de quem está ao nosso redor? E o que a psicologia e a neurociência têm a dizer sobre isso?
INVEJA NA PSICANÁLISE: O EGO E O NARCISISMO
Na perspectiva psicanalítica, a inveja pode ser vista como uma manifestação do narcisismo. O "eu" invejoso é, muitas vezes, incapaz de lidar com a diferença entre o que ele é e o que o outro representa. Sigmund Freud descreve que, no âmago da inveja, reside o sofrimento de ver no outro aquilo que o ego deseja para si. Ao mesmo tempo, há um impulso destrutivo para diminuir o valor desse outro, numa tentativa de restaurar a autoestima perdida.
O psicanalista britânico Melanie Klein avançou nessa teoria ao introduzir o conceito de inveja primária, associada ao primeiro vínculo humano: o da criança com a mãe. Na visão kleiniana, o bebê experimenta um sentimento de inveja ao perceber que não pode possuir totalmente o objeto que lhe traz prazer (o seio materno), criando a base inconsciente para futuras comparações e ressentimentos.
A PSICOLOGIA DA COMPARAÇÃO: O CICLO VICIOSO DA INVEJA
A psicologia social trabalha com o conceito de teoria da comparação social, proposta por Leon Festinger, que sugere que o ser humano tem uma tendência natural a se comparar com seus pares para medir seu valor e progresso. Esse mecanismo, muitas vezes inconsciente, ocorre especialmente entre aqueles que estão próximos – colegas de trabalho, familiares, amigos –, pois são essas pessoas que possuem traços e realidades similares às nossas, e, portanto, suas conquistas ou habilidades parecem mais "alcançáveis" e, ao mesmo tempo, ameaçadoras.
Ao se comparar, o indivíduo tende a perceber o outro como um reflexo do que ele poderia ser, mas não é. Esse confronto constante gera sentimentos de inferioridade, alimentando a inveja. O ciclo se fecha quando o indivíduo, ao invés de se concentrar em seu crescimento, fixa-se nas qualidades ou posses alheias, perpetuando o desconforto emocional.
NEUROCIÊNCIA: COMO O CÉREBRO REAGE À INVEJA
A neurociência também contribui para a compreensão da inveja. Estudos mostram que áreas do cérebro, como o córtex cingulado anterior, são ativadas tanto durante a experiência de dor física quanto na dor emocional provocada pela inveja. Essa região é fundamental no processamento de emoções relacionadas a comparações sociais, como a frustração e a hostilidade.
Além disso, a dopamina – neurotransmissor associado ao prazer e à recompensa – desempenha um papel importante. Quando vemos alguém próximo alcançar algo que desejamos, nossa produção de dopamina diminui, resultando em um sentimento de "perda". Esse desequilíbrio químico contribui para a intensificação da inveja, tornando o outro um "alvo" dos nossos sentimentos negativos.
COMO SUPERAR A INVEJA: DICAS PRÁTICAS
1. Reconheça a inveja: O primeiro passo é admitir que está sentindo inveja, sem se julgar. A aceitação desse sentimento permite a compreensão das causas subjacentes e abre o caminho para mudanças positivas.
2. Pratique a gratidão: Focar nas suas conquistas e qualidades, em vez de se concentrar nas dos outros, é uma forma eficaz de neutralizar a inveja. A gratidão aumenta o bem-estar e reduz a tendência de comparação.
3. Invista em autoconhecimento: Conhecer seus pontos fortes e fracos pode ajudar a construir uma identidade sólida, reduzindo a necessidade de se comparar com os outros. A terapia pode ser um recurso valioso nesse processo.
4. Transforme a inveja em admiração: Em vez de ver o sucesso alheio como uma ameaça, tente enxergá-lo como uma fonte de inspiração. Isso pode gerar motivação em vez de ressentimento.
5. Limite o uso das redes sociais: Plataformas como Instagram e Facebook amplificam a comparação social, criando um terreno fértil para a inveja. Reduzir o tempo gasto nas redes pode ajudar a diminuir esse comportamento.
CONCLUSÃO
A inveja é um reflexo da fragilidade do ego, manifestada através da comparação com o outro. Ela nos impede de reconhecer nossas próprias qualidades e de crescer como indivíduos. Na psicanálise, a inveja é um impulso destrutivo que tenta "derrubar" o outro; na psicologia, é o resultado da comparação social; e na neurociência, ela está ligada ao próprio processamento emocional do cérebro. Superar a inveja exige autoconhecimento, prática de gratidão e uma reavaliação das próprias ambições e desejos.
✍️ Blog Ju Suzart – Desenvolvimento Pessoal e Comportamento Humano
📍 https://blogjusuzart.blogspot.com
🙏 Gratidão por ler até aqui!
Se quiser aprofundar esse mergulho em você, conheça minhas mentorias personalizadas
voltadas ao autoconhecimento através dos 4 temperamentos humanos,
astrologia e psicanálise. É hora de se revelar, e não mais se esconder.
📲 Fale comigo no WhatsApp e inicie sua jornada interior:
👉 Clique aqui para falar comigo no WhatsApp 😃
Convido você a deixar um comentário com sua opinião ou sugestão de tema para os próximos artigos. Siga o Blog Ju Suzart nas redes sociais para acompanhar mais conteúdos sobre desenvolvimento pessoal, os 4 temperamentos humanos, Astrologia, comportamento e reflexões.
Siga-me nas redes sociais:
FONTES
1. Freud, S. (1914). Sobre o narcisismo: uma introdução.
2. Klein, M. (1957). Inveja e gratidão.
3. Festinger, L. (1954). A theory of social comparison processes. Human Relations, 7(2), 117-140.
4. Takahashi, H. et al. (2009). When your gain is my pain and your pain is my gain: Neural correlates of envy and schadenfreude. Science, 323(5916), 937-939.
#Inveja #Psicanálise #ComparaçãoSocial #Autoconhecimento #Neurociência #Ego #SaúdeEmocional #Narcisismo #DesenvolvimentoPessoal #Superação




.jpg)

.jpg)





0 Comentários
Olá, Obrigada por visitar essa página, sinta-se a vontade para expressar sua opinião e deixar sugestões. Grata!