UTILITARISMO EMOCIONAL:
A perigosa prática de usar pessoas como suporte emocional sem compromisso afetivo real
Em uma era onde as relações humanas estão cada vez mais líquidas, intensas e, por vezes, descartáveis, um comportamento tem se destacado de forma sutil e devastadora: o utilitarismo emocional. Trata-se de quando alguém usa outra pessoa como ferramenta para suprir suas carências afetivas, traumas não resolvidos ou até para "curar" a si mesmo — sem, de fato, reconhecer ou se importar com o que o outro sente.
O QUE É UTILITARISMO EMOCIONAL?
É quando alguém se aproxima de outra pessoa com intenções afetivas que parecem genuínas, mas que, no fundo, estão motivadas por benefícios emocionais próprios: distração, consolo, vaidade ferida, trauma não curado, necessidade de aceitação ou carência extrema.
Essa pessoa enxerga o outro como uma muleta emocional, um remédio temporário, e não como um ser humano com sentimentos próprios.
É o típico: “Você me serve enquanto preenche o vazio. Quando eu não precisar mais, você deixa de ser útil.”
EXEMPLOS COMUNS DE UTILITARISMO EMOCIONAL
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O Rebound (ou “tampa-buraco”): alguém termina uma relação e entra logo em outra, usando a nova pessoa como anestesia emocional. Muitas vezes, a intenção não é amar, mas mostrar para o ex (e para si mesmo) que "superou".
Exemplo: Isso é muito retratado em novelas e séries, como em Friends, quando Ross começa a namorar com Julie logo após o término com Rachel — ainda cheio de sentimentos mal resolvidos. -
O “pai ou mãe substituto”: alguém que carrega traumas com a figura materna ou paterna e projeta essas carências em alguém do presente — um parceiro, chefe, amigo — esperando que essa pessoa repare tudo o que foi mal vivido.
Exemplo: No filme Em Algum Lugar do Passado, o protagonista vê na amada a salvação emocional de toda sua vida frustrada — ela vira um ícone idealizado, e não uma mulher real. -
A amizade-bengala: aquela pessoa que te procura apenas quando está mal, ansiosa, em crise — e desaparece quando está bem. Ela não compartilha alegria, só descarga suas dores em você, como se fosse seu terapeuta não remunerado.
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Relacionamentos profissionais tóxicos: colegas que se aproximam só porque você é eficiente, confiável, ou resolve bem os problemas — mas que não reconhecem, não respeitam ou não te enxergam como pessoa.
QUANDO O OUTRO VIROU UM SUPORTE, MAS NÃO UM COMPANHEIRO
Pessoas que praticam o utilitarismo emocional, muitas vezes, não têm consciência do que estão fazendo. Elas estão tentando sobreviver às próprias dores e traumas, mas ao não elaborarem isso com maturidade, acabam usando os outros como "cura", e não como companhias reais.
Isso se conecta diretamente com a empatia seletiva e o egoísmo emocional que discutimos em artigos anteriores. O outro só tem valor enquanto serve.
COMO IDENTIFICAR QUE VOCÊ ESTÁ SENDO USADO EMOCIONALMENTE?
- A pessoa te procura sempre em crise, mas desaparece nos bons momentos.
- Você se sente esgotado após cada encontro, ligação ou mensagem.
- Sente que está em um relacionamento onde dá tudo e recebe pouco ou nada.
- Percebe que sua função é “resolver” algo nela: autoestima, trauma, carência.
- Quando você precisa, essa pessoa nunca está disponível.
E COMO SABER SE VOCÊ ESTÁ FAZENDO ISSO COM ALGUÉM?
- Você procura alguém apenas quando está mal?
- Você exige mais do que oferece?
- Você espera que o outro “salve” você emocionalmente?
- Já se afastou de alguém depois que a pessoa deixou de te servir emocionalmente?
Se a resposta for sim para mais de uma dessas perguntas, talvez seja hora de olhar com mais atenção para suas relações e padrões afetivos.
COMO SE CURAR E ROMPER ESSE PADRÃO?
- Terapia: é o melhor lugar para resolver dores internas sem usar outras pessoas como muletas.
- Autoconhecimento: reconhecer suas carências, traumas e limites ajuda a não projetá-los nos outros.
- Diálogo e sinceridade: se você precisa de apoio, deixe claro, sem manipulação ou cobrança.
- Reciprocidade emocional: relacione-se com base no dar e receber, não apenas no consumir afetivo.
REFLEXÃO FINAL: GENTE NÃO É REMÉDIO
Se alguém te trata como muleta emocional, você não está em uma relação — você está em um desequilíbrio afetivo.
E se você trata alguém assim, é hora de refletir: por que você precisa de outro para lidar com o que é seu?
Utilitarismo emocional é solidão a dois. É carência disfarçada de amor.
Quem ama, reconhece o outro como sujeito, não como solução.
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Fontes:
- Bauman, Zygmunt – Amor Líquido
- Goleman, Daniel – Inteligência Emocional
- Carl Jung – Psicologia Analítica
- Bell Hooks – Tudo sobre o Amor
- Blog Ju Suzart – Reflexões sobre vínculos afetivos e autoconhecimento
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