FERIDA PATERNA: AS CONSEQUÊNCIAS COMO A AUSÊNCIA E A VIOLÊNCIA DA FIGURA PATERNA IMPACTAM A VIDA E AS RELAÇÕES DE UMA MULHER

FERIDA PATERNA: AS CONSEQUÊNCIAS

COMO A AUSÊNCIA E A VIOLÊNCIA DA FIGURA PATERNA IMPACTAM A VIDA E AS RELAÇÕES DE UMA MULHER


Quando uma mulher cresce sem uma figura paterna saudável e presente, especialmente em um ambiente de conflitos e violência, as consequências psicológicas, emocionais e comportamentais podem ser profundas e duradouras. Essa ausência de uma base emocional segura e a experiência de abusos criam uma ferida chamada "ferida paterna", que tende a impactar suas relações e a forma como se enxerga e lida com o mundo ao longo da vida.

COMO A FERIDA PATERNA SE MANIFESTA NA VIDA ADULTA


Estudos em psicologia, psicanálise e neurociência revelam que a ausência de uma figura paterna positiva pode criar medos, inseguranças e tendências à autossabotagem. Freud já apontava que o pai simboliza uma autoridade estruturante. Quando essa estrutura é instável, violenta ou inexistente, a criança, ao crescer, desenvolve complexos emocionais que influenciam seu modo de agir.

Em um ambiente onde o pai é uma presença violenta ou indiferente, a criança perde a segurança e o afeto necessários para a formação de uma autoestima saudável. Com isso, essas mulheres tendem a carregar uma sensação de inadequação, acreditando que não são merecedoras de amor e respeito. Isso leva muitas vezes à busca inconsciente por relações amorosas problemáticas, onde repetem padrões destrutivos e acabam se aproximando de parceiros emocionalmente indisponíveis ou abusivos.

CONSEQUÊNCIAS DA FERIDA PATERNA NAS RELAÇÕES AMOROSAS


A psicanálise sugere que o primeiro vínculo emocional de uma mulher, em muitos casos, é com a figura paterna. Quando essa figura é negativa, muitas mulheres acabam repetindo padrões de submissão e baixa autoestima em suas relações. Ao buscarem parceiros que as façam sentir-se “aceitas”, podem escolher relacionamentos onde acabam revivendo o papel de vítimas, em uma tentativa de “consertar” aquela relação paterna que nunca foi saudável.

Além disso, a neurociência aponta que traumas infantis, especialmente em contextos de violência, ativam o sistema límbico de maneira prolongada, levando a altos níveis de estresse e ansiedade. Esse estado constante de alerta e insegurança pode fazer com que uma mulher se sinta incapaz de confiar em si mesma e nos outros, mesmo em ambientes onde não há ameaças reais.

AUTOSSABOTAGEM E INSEGURANÇA

As mulheres com feridas paternas geralmente sofrem com sentimentos de insegurança e autossabotagem. Em vez de confiar em suas habilidades, muitas delas carregam dúvidas sobre seu valor e suas capacidades. Segundo estudos, essas inseguranças não são apenas emocionais, mas também neurológicas, pois o cérebro forma circuitos baseados nas primeiras experiências de vida, condicionando a pessoa a enxergar o mundo e a si mesma de maneira negativa.

A falta de uma figura paterna saudável é como uma “lente” que distorce a percepção que essas mulheres têm de si mesmas. Elas podem, inconscientemente, evitar sucesso e felicidade, sentindo-se indignas de alcançá-los ou temendo que algo ruim aconteça se tentarem.

COMO SUPERAR A FERIDA PATERNA


1. Terapeuta e Autoconhecimento: O autoconhecimento é fundamental para entender os impactos da ferida paterna. A terapia, seja psicanalítica ou outras abordagens como a TCC (Terapia Cognitivo-Comportamental), pode ajudar a mulher a ressignificar sua relação com o passado e construir uma nova base emocional.


2. Estabelecer Limites: Praticar a assertividade e estabelecer limites é essencial para evitar relações destrutivas e repetir padrões antigos. Uma mulher que conhece seus limites começa a criar relações baseadas no respeito e reciprocidade.


3. Autocuidado e Autovalorização: Aprender a cuidar de si mesma e reconhecer seu valor são práticas fundamentais. Isso inclui investir em atividades que promovam o bem-estar físico, mental e emocional.



A IMPORTÂNCIA DA PSICOLOGIA, PSICANÁLISE E NEUROCIÊNCIA


A psicologia e a psicanálise ajudam a entender as raízes emocionais desses comportamentos, enquanto a neurociência mostra como o cérebro se adapta e responde às experiências traumáticas. Estudos em neurociência sobre o estresse tóxico na infância apontam que o cérebro infantil é extremamente sensível ao ambiente, e traumas podem deixar “marcas” que, com tratamento e apoio emocional, podem ser gradualmente transformadas.

REFERÊNCIAS:

BOWLBY, John. Apego e perda: Apego. Martins Fontes, 1990.

WINNICOTT, D.W. O Ambiente e os Processos de Maturação. Editora Artmed, 1983.

HERMAN, Judith L. Trauma and Recovery. Basic Books, 1992.



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