FERIDA MATERNA:
COMO A AUSÊNCIA DA FIGURA MATERNA SAUDÁVEL IMPACTA A VIDA E AS RELAÇÕES DE UM SER HUMANO
A
figura materna representa, desde os primeiros momentos de vida, a base
de segurança, afeto e acolhimento emocional para o desenvolvimento de
uma criança. Quando essa figura é ausente, negligente, ou tóxica, o
indivíduo sofre as consequências dessa “ferida materna” ao longo de toda
a vida. Essas marcas impactam diretamente o desenvolvimento emocional e
a capacidade de criar relações saudáveis, levando homens e mulheres a
enfrentarem obstáculos para construir autoconfiança e inteligência
emocional.
A FERIDA MATERNA E O IMPACTO NO DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL
No
início da vida, o vínculo materno é essencial para que a criança se
sinta segura e amada, o que a permite desenvolver uma autoestima
saudável. Segundo a teoria do apego de John Bowlby, a ausência de um
laço materno seguro provoca sentimentos de insegurança e abandono. A
criança que não tem essa base de apoio inicial enfrenta, na vida adulta,
dificuldades para confiar nos outros e em si mesma, o que afeta
diretamente suas relações.
Quando essa figura é desestruturada,
violenta ou fria, o cérebro da criança, especialmente o sistema límbico,
responde em estado de alerta constante. A neurociência mostra que, em
situações de ausência ou abuso, o cérebro registra essa falta como um
“trauma de apego”, criando padrões de pensamento e comportamento
baseados na insegurança e medo de abandono.
COMO A FERIDA MATERNA AFETA AS RELAÇÕES E O BEM-ESTAR
Homens
e mulheres que enfrentaram a ferida materna geralmente desenvolvem
dificuldades para estabelecer limites e podem atrair ou permanecer em
relações tóxicas. Isso acontece porque, no inconsciente, existe a
tentativa de suprir o afeto que foi negado na infância. Esse padrão de
busca por aprovação e validação leva muitas pessoas a permanecerem em
relações abusivas, na tentativa de preencher um vazio emocional. A
psicanálise explica que essa busca incessante é uma forma de tentar
reviver a figura materna, esperando, inconscientemente, que ela seja
“curada” no presente.
Além disso, a ausência de uma figura
materna amorosa e cuidadosa pode levar à autossabotagem e ao medo de se
entregar verdadeiramente às relações. Essas pessoas tendem a desenvolver
comportamentos de autosuficiência extrema ou codependência, oscilando
entre o medo de se machucar e a necessidade de proximidade.
CONSEQUÊNCIAS DA FERIDA MATERNA NO DESENVOLVIMENTO DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
A
inteligência emocional é a capacidade de entender e lidar com as
próprias emoções, bem como reconhecer e responder aos sentimentos dos
outros. Para um indivíduo que sofreu a ferida materna, o desenvolvimento
dessa habilidade é especialmente desafiador. A falta de um exemplo de
segurança emocional gera dificuldades em compreender e expressar emoções
de maneira saudável. Com isso, é comum que essas pessoas retenham
ressentimentos, não consigam resolver conflitos ou tenham dificuldades
para lidar com a rejeição e frustração.
Esse déficit pode levar
ao isolamento social, pois os afetados pela ferida materna tendem a
criar mecanismos de defesa que afastam outras pessoas, como a frieza
emocional ou a agressividade passiva. Além disso, devido à insegurança e
ao medo de novas feridas, é comum que resistam a se envolver
emocionalmente, prejudicando seu próprio crescimento e a criação de
laços duradouros.
COMO SUPERAR A FERIDA MATERNA
1. Procure
Terapia: A psicoterapia, seja psicanalítica, humanista ou de outra
abordagem, é uma ferramenta poderosa para trabalhar a ferida materna.
Com o auxílio de um profissional, é possível ressignificar o passado,
construindo uma nova percepção sobre si e sobre os outros.
2.
Desenvolva a Autocompaixão: Exercitar a autocompaixão é essencial para
quem enfrenta essa ferida. Isso significa acolher suas emoções e aceitar
que não é necessário ser perfeito. Aprender a valorizar-se ajuda a
combater sentimentos de abandono e autossabotagem.
3.
Pratique Inteligência Emocional: Desenvolver a inteligência emocional
envolve compreender e lidar com as próprias emoções e reações, e
aprender a escutar o outro com empatia. Atividades como meditação,
terapia de grupo e leitura sobre o tema são formas de fortalecer essa
habilidade.
4. Estabeleça Relações Positivas: Buscar se
cercar de pessoas que promovam relações saudáveis e de apoio é
fundamental. Entender que relacionamentos construtivos não são baseados
em troca e aceitação incondicional pode ajudar na cura dessa ferida.
A PERSPECTIVA DA PSICOLOGIA, PSICANÁLISE E NEUROCIÊNCIA
Enquanto
a psicologia e a psicanálise buscam entender o impacto da figura
materna na psique e nas relações, a neurociência estuda como traumas e
abusos afetam o cérebro e o sistema nervoso. A compreensão desses
processos é importante, pois oferece um caminho de ressignificação e
cura. Pesquisas mostram que, com práticas de autocompaixão e terapias, o
cérebro pode criar novos caminhos de pensamento e reduzir os impactos
dos traumas de infância.
REFERÊNCIAS:
BOWLBY, John. Apego e perda: Apego. Martins Fontes, 1990.
WINNICOTT, D.W. O Ambiente e os Processos de Maturação. Editora Artmed, 1983.
HERMAN, Judith L. Trauma and Recovery. Basic Books, 1992.
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